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Utilizando a impressora HP OfficeJet Pro 7740 em rede

Ou, apenas um review da HP OfficeJet Pro 7740

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Última atualização: 2023-09-06

Resumo

O uso de impressoras no Linux melhorou consideravelmente nos últimos 20 anos, mas eu não esperava esse nível de facilidade ao utilizar uma impressora em rede, mesmo num sistema atual.

Gosto muito de fotografia e de imprimir minhas fotos em papéis fine-art. Tenho (ou tinha) uma impressora Epson Stylus Pro 3380 para impressão fine-art em tamanhos até A2 (ou um pouco maior no comprimento), com tinta de pigmento mineral. É uma excelente impressora fotográfica, com péssimo custo-benefício para usar como impressora de escritório, e, o pior de tudo, não há mais cartuchos de tinta disponíveis, uma vez que o modelo foi descontinuado há vários anos.

Para resolver o problema de impressão de escritório adquiri uma HP OfficeJet Pro 7740. Uma impressora laser colorida que imprime até o tamanho A3, imprime em dupla face, e possui um scanner (que pretendo configurar mais tarde) e mais um monte de opções eu eu jamais vou utilizar.

Sim, eu imprimo em A3, e não, não vou imprimir fotos numa impressora laser. Horses for courses.

Comecei esse texto com o objetivo de mostrar como configurar essa impressora (que acaba de chegar - 20023-09-06) para impressão a partir de uma máquina Linux (Fedora), com a impressora conectada via rede WiFi. O que eu não esperava é que eu não precisaria fazer absolutamente nada no lado do Linux para que a impressora funcionasse.

Configurando a impressora

Após retirar os milhares de adesivos azuis que prendem as partes da impressora para o transporte, ligá-la na rede elétrica, e instalar os cartuchos (com um sistema fácil, mas péssimo e meio solto de conexão), a impressora realiza uma série de procedimentos muito bem ocultados e que certamente reduzem a vida útil dos cartuchos. Uma página de alinhamento das cabeças de impressão é impressa e você está pronto para começar a sofrer utilizar a impressora, caso você vá usar a porta USB.

Para configurar como uma impressora de rede você pode usar uma conexão Ethernet, porém eu acabei utilizando o WiFi. A configuração é relativamente simples, porém minha rede, que não é oculta, não foi automaticamente identificada pela impressora. Apesar disso, bastou inserir o nome da rede, a senha de conexão e a impressora configurou os serviços de impressão em rede.

E aqui começam os sustos, para o bem e para o mal.

A impressora liga pra casa e configura algumas coisas direto com o fabricante. Eu comprei sabendo disso, não tive vontade de bloquear o acesso externo da impressora durante a configuração, mas recomendo que se faça isso, embora eu não tenha certeza de como ficará o processo de configuração.

O primeiro susto, negativo, é que a impressora se registra junto à HP para o tal do HP ePrint, um serviço da HP para impressão a partir de dispositivos móveis via um e-mail. Odeio essa intrusão do vendedor dos dispositivos na minha rede e nos meus dados. Desabilitar o serviço a partir da impressora é difícil ou impossíveil, utilize um browser para conectar ao IP da impressora e desabilitar o serviço (nesse caso, facilmente).

Outro serviço habilitado para impressão remota foi o WiFi Direct, mas esse eu acho que foi culpa minha, embora eu não lembre de ter dito “ok, habilite mais essa forma de alguém acessar a impressora sem o meu conhecimento”. Esse é bem mais fácil de desabilitar na impressora.

Outros serviços como AirPrint (Apple/iOS) e Google Cloud Product (Google/Android), aparentemente, só podem ser habilitados acessando a configuração via Web da impressora. Acho ótimo, pois posso não me preocupar com eles já que vem desabilitados por padrão.

A melhor parte dos protocolos de impressão de rede habilitados é o IPP. Uma vez configurada a rede, você pode dar um hostname para a impressora e qualquer sistema que saiba imprimir via IPP irá encontrá-la e (aparentemente) saberá utilizá-la.

E aqui veio a melhor surpresa, como a impressora se anuncia via Bonjour e o suporte a IPP Everywhere funciona em todos os sistemas e impressoras atuais (pós 2015), ela magicamente apareceu nos diálogos de impressão do Fedora 38, numa instalação quase sem adições do i3 Spin. Bastou um ping no IP da impressora para o sistema se achar e disponibilizar a impressora para uso.

Conclusão

Se passaram quase 20 anos desde a última vez que eu havia configurado uma impressora no Linux, e tanto para uso como uma impressora local como para impressão remota via IPP não eram simples. Houve uma evolução muito grande do lado do sistema operacional e do lado do suporte de fabricantes de hardware (mesmo que esse suporte ainda esteja muito aquém do desejado).

Hoje em dia, ao menos para impressão em rede em impressoras que provém esse suporte diretamente, o processo de configuração está muito mais simples, e os resultados de impressão bem satisfatórios.

Aparentemente o problema agora é “como manter meu ambiente seguro e controlado” ao invés de “vou ter que fazer um ritual pagão para isso funcionar”.

Eu prefiro os dias atuais. Estou ficando velho, sem tempo a perder, e prefiro coisas que eu consiga controlar mais facilmente, e é bem melhor controlar meu ambiente de rede, do que ficar brigando com driver de impressão incompleto ou mal escrito.